Iniciei a minha carreia profissional muito cedo aos 10 de idade em um pequeno negócio da família. Naquela época “filho de comerciante, tinha que trabalhar para poder comer”, isto era uma doutrina, que particularmente não concordo, mas foi de grande valia para o meu crescimento e desenvolvimento profissional. Aos 14 anos já dividia o meu tempo entre a escola e o pequeno negócio da família, que depois cresceu muito. Algumas pessoas podem até pensar “coitado… começou a trabalhar muito cedo” e isso talvez tenha passado pela minha cabeça também, afinal enquanto os amigos iam jogar bola ou brincar eu estava trabalhando. Agradeço aos meus pais por esta grande atitude, que hoje aos 47 anos me transformaram em um homem de negócios com espírito empreendedor na veia.
Naquela época (1.980) alguns princípios empresariais foram-me transmitidos (vou destacar apenas alguns):
Trabalhar duro e estudar muito;
Valorizar as pessoas (sejam elas, sócios ou colaboradores);
Respeito aos mais velhos de profissão, afinal eram celeiro de grande sabedoria empresarial, mesmo sem um curso universitário;
Excelência no atendimento ao cliente, afinal é ele que pagava o meu salário e depois pro labore;
A empresa tinha que ser melhor que os meus concorrentes. Neste ponto até havia algum conselho como: “precisamos destruir nossos concorrentes”.
Gostaria de refletir sobre este conselho “precisamos destruir nossos concorrentes” que não me lembro ao certo quem me deu, mas esta era uma cultura empresarial muito forte na década de 70 e 80, momentos também difíceis da nossa economia. Talvez hoje em dia creio que ainda existam empresários e empreendedores que pensam assim. O fato é que a cultura da competição era muito enraizada no empresário brasileiro.
Com o passar do tempo e uma grande história de empreendedorismo na minha vida profissional, dediquei os meus últimos 15 anos de vida profissional a fazer justamente ao contrário, estudar e vivenciar os benefícios da cultura da cooperação. Aos 47 anos carrego vários princípios do meu inicio de vida profissional, mas o conselho “precisamos destruir nossos concorrentes” foi banido, por acreditar que o inverso disso, a cultura da cooperação, faz desenvolver e perenizar os pequenos negócios no Brasil.
Deixar de competir e começar a cooperar é a grande estratégia para os pequenos negócios no Brasil, sejam eles urbanos ou rurais. Em um livro do Sebrae intitulado “Cultura da Cooperação – Série Empreendimento Coletivos” * traz a seguinte certeza “a cooperação entre as empresas tem se destacado como um meio capaz de torná-las mais competitivas.
Fortalecer o poder de compras, compartilhar recursos, combinar competências, dividir o ônus de realizar pesquisas tecnológicas, partilhar riscos e custos para explorar novas oportunidades, oferecer produtos com qualidade superior e diversificada são estratégias cooperativas que têm sido utilizadas com mais frequência, anunciando novas possibilidades de atuação no mercado”
Por isso acredito que cooperar é a melhor forma de competir.
Marcio Pessolo – Sócio proprietário da AMITI – Consultoria, Assessoria e Treinamento
Acesse o meu site www.marciopessolo.com.br
*Cultura da Cooperação – Série empreendimento coletivos – Sebrae
Acessado em 10 de agosto de 2.017
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